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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

VOLTAMOS!

Boa tarde, pessoal!

Nos próximos dias estarei apresentando alguns dos novos colaboradores da nossa Confraria. 
Hoje apresento-lhes a Lívia, que estará contribuindo com o nosso conteúdo. 
Não esqueçam de compartilhar, quando gostarem! 




A teia

por Lívia Monteiro
@llmonteiro

Certa vez, durante um dos meus projetos como prenda, me questionaram sobre o que era cultura, uma pergunta fácil para quem respira tradição não acham? Mas naquela situação, quem falava comigo era uma criança entre seus dez anos de idade. A pergunta que eu buscava resposta era como explicar, de forma rápida e simples, a sua importância, para alguém que certamente levaria a minha explicação como base sobre o que era cultura para o resto da sua vida.
Como estudante de jornalismo, uma das maiores dificuldades em que nos deparamos como comunicador é saber moldar a nossa fala. Por incrível que possa parecer, a tarefa mais difícil que nos deparamos em nosso dia a dia é desconstruir todo vocábulo pomposo, adquirido pelos livros, à simplicidade do outro. Cultura, portanto, explicado para aquela criança, foi uma teia de aranha.
        Cada um de nós tem a sua teia, que nasce como nós, pequena, e ao longo do tempo vai crescendo através de fios que se ligam e se sustentam, formando quem somos. Mas ao longo das nossas trajetórias, em que mudamos a todo momento e transformamos as nossas características em novas características, as nossas teias se misturam com as teias de outras pessoas, formando assim a teia de um povo, com hábitos e costumes e que, ao serem passados de geração em geração, torna-se única.
        Já nesse momento da conversa a explicação sobre o que era uma tradição surgiu de forma natural. A nossa teia, bem como a teia de um povo, precisa de uma proteção, pois se perdermos os fios que se conectaram no decorrer das nossas vidas, como poderemos saber quem realmente somos? Como saberemos da onde viemos e para onde iremos? Pois bem, todos nós precisamos de uma aranha. Para um povo, essa aranha pode ser reconhecida como tradicionalismo. Algo que está sempre em movimento, resgatando fios que se rompem, tecendo novos fios a partir de novas teias que entram nessa mistura de histórias e que se ligam e se desligam a todo tempo. A aranha, nesse caso, é muito mais que uma proteção, é a mãe que não deixa seu filho morrer de fome.
          Eu, que ainda não me apresentei, trago essa analogia que vivi sobre a aranha e sua teia, por que acredito que assim como a criança que me questionou, crianças já crescidas ainda não tiveram alguém que explicasse de forma simples, até mesmo boba, o que era cultura.
         Cultura é o que nos define e nos liga. Uma nação que não tem cultura, não possui identidade. E isso implica em diversos processos para o desenvolvimento de um povo, país, ou seja lá o que a definição dessa teia possa ser. Mexe com a formação social, dividida entre a educação, as ciências, as filosofias, as artes e o civismo de uma localidade. Cultura é a forma mais pura de cidadania e devemos entender isso, de forma rápida e simples, pois nesse momento de caos, nosso povo precisa.
        Antes que eu me esqueça, olá, sou Lívia Monteiro, tenho 20 anos e faço jornalismo, seja ele na faculdade ou em toda vez que respiro e começo hoje a fazer parte da Confraria de Cultura, escrevendo pautas que a vida se encarrega em me dar. Espero que gostem. Um abraço.
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Aceitamos sugestões e críticas, através do e-mail disponível na descrição do blog! 

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Coluna da Semana

Buenas, leitores!
            O blog é novo... e tentarei trazer novidades semanalmente. Na Coluna da Semana, o primeiro convidado foi Rogério Bastos, um amigo de longa data, atuante no Movimento Tradicionalista, jornalista, formado em História, Produtor, profissional da área de Marketing, organizou algumas obras do Movimento tradicionalista e, principalmente, um agente cultural. A apresentação seria dispensável, já que todos conhecem o trabalho que o Rogério realiza, em diversas regiões e, ainda, fora do Rio Grande do Sul e do país.
            No texto de hoje, Rogério traz uma reflexão sobre a fluidez do tradicionalismo e sua visão atual, de acordo com suas experiências.

           Zigmund Balmann, antes de morrer, deixou em seus escritos que vivemos na era da incerteza e que, este mundo sem forma nos levou para uma sociedade líquida. Gosto muito de ler os escritos da jovem violinista e etnomusicóloga, Clarissa Ferreira, que trata o gauchismo como líquido em seu blog, onde ela faz referencias aos estudos de Bauman, dizendo que nada mais é solido, nada mais é feito para durar. O tradicionalismo gaúcho vem tentando se organizar desde 1947, quando o Paixão e o grupo dos oito deram a arrancada inicial e depois conclamaram a genialidade de Barbosa Lessa e a experiência de Manoelito de Ornellas e Glaucus Saraiva. De lá pra cá muita coisa aconteceu. O mundo mudou varias vezes. 
     Lembro quando escrevi no Almanaque dos Gaúchos,  da Martins Livreiro, obra de Lessa, que o tradicionalismo preparava-se para entrar na era da globalização dos anos 90 podendo sofrer revezes. E que um novo tradicionalismo se aproximava e preparava-se para se estruturar (neoliberalismo em alta) e o mestre, vendo ali o que ele havia previsto nos anos 80, publicou. Algo novo vem ai (ele se referia a um novo “ismo”). Muitas coisas estão acontecendo e, as redes sociais deram voz a quem não tinha. Hoje todo mundo tem opinião, expressa, xinga, elogia, julga, condena, executa, filosofa. Uns dizem que sabem sobre o “verdadeiro”. Mas, o que é verdade? O que é verdadeiro? Ter a plena convicção de que se tem posse da verdade, não seria soberba? 
          Onde está a humildade necessária para se saber, que nada sabemos? Que a vida é um eterno aprendizado? Com o novo tema dos festejos Farroupilhas de 2018, o tropeirismo, descobri que nada sabia. Que tinha de ler muito e ir para a pratica. Nós entramos em uma nova era. Temos que evoluir? Sempre. Abandonar nossos princípios? Jamais. Nós estamos em meio a um turbilhão de informações diárias, ‘hay que endurecerse, pêro sin perder Ia ternura jamás’. 
           Hoje, nossos CTGs estão repletos de dançarinos ou laçadores. A preocupação com o ‘todo’ (demais departamentos, como o cultural, esportivo, social e jovem) é deixada de lado. Neste mundo liquido, de incertezas, o melhor caminho é estar aberto ao aprendizado. Adaptarmo-nos as mudanças propostas pelo mundo se faz necessário. Mas sem jamais perder a nossa essência. Como diz o velho ditado, que para ficarmos de bem com nossos netos, não precisamos brigar com nossos avós.                   

Rogério Bastos.


            Espero que tenham gostado! O trabalho do Rogério pode ser acompanhado pelo blog Rogério Bastos - Notícias do Tradicionalismo Gaúcho