quarta-feira, 18 de julho de 2018

Coluna da Semana

Buenas, leitores!
            O blog é novo... e tentarei trazer novidades semanalmente. Na Coluna da Semana, o primeiro convidado foi Rogério Bastos, um amigo de longa data, atuante no Movimento Tradicionalista, jornalista, formado em História, Produtor, profissional da área de Marketing, organizou algumas obras do Movimento tradicionalista e, principalmente, um agente cultural. A apresentação seria dispensável, já que todos conhecem o trabalho que o Rogério realiza, em diversas regiões e, ainda, fora do Rio Grande do Sul e do país.
            No texto de hoje, Rogério traz uma reflexão sobre a fluidez do tradicionalismo e sua visão atual, de acordo com suas experiências.

           Zigmund Balmann, antes de morrer, deixou em seus escritos que vivemos na era da incerteza e que, este mundo sem forma nos levou para uma sociedade líquida. Gosto muito de ler os escritos da jovem violinista e etnomusicóloga, Clarissa Ferreira, que trata o gauchismo como líquido em seu blog, onde ela faz referencias aos estudos de Bauman, dizendo que nada mais é solido, nada mais é feito para durar. O tradicionalismo gaúcho vem tentando se organizar desde 1947, quando o Paixão e o grupo dos oito deram a arrancada inicial e depois conclamaram a genialidade de Barbosa Lessa e a experiência de Manoelito de Ornellas e Glaucus Saraiva. De lá pra cá muita coisa aconteceu. O mundo mudou varias vezes. 
     Lembro quando escrevi no Almanaque dos Gaúchos,  da Martins Livreiro, obra de Lessa, que o tradicionalismo preparava-se para entrar na era da globalização dos anos 90 podendo sofrer revezes. E que um novo tradicionalismo se aproximava e preparava-se para se estruturar (neoliberalismo em alta) e o mestre, vendo ali o que ele havia previsto nos anos 80, publicou. Algo novo vem ai (ele se referia a um novo “ismo”). Muitas coisas estão acontecendo e, as redes sociais deram voz a quem não tinha. Hoje todo mundo tem opinião, expressa, xinga, elogia, julga, condena, executa, filosofa. Uns dizem que sabem sobre o “verdadeiro”. Mas, o que é verdade? O que é verdadeiro? Ter a plena convicção de que se tem posse da verdade, não seria soberba? 
          Onde está a humildade necessária para se saber, que nada sabemos? Que a vida é um eterno aprendizado? Com o novo tema dos festejos Farroupilhas de 2018, o tropeirismo, descobri que nada sabia. Que tinha de ler muito e ir para a pratica. Nós entramos em uma nova era. Temos que evoluir? Sempre. Abandonar nossos princípios? Jamais. Nós estamos em meio a um turbilhão de informações diárias, ‘hay que endurecerse, pêro sin perder Ia ternura jamás’. 
           Hoje, nossos CTGs estão repletos de dançarinos ou laçadores. A preocupação com o ‘todo’ (demais departamentos, como o cultural, esportivo, social e jovem) é deixada de lado. Neste mundo liquido, de incertezas, o melhor caminho é estar aberto ao aprendizado. Adaptarmo-nos as mudanças propostas pelo mundo se faz necessário. Mas sem jamais perder a nossa essência. Como diz o velho ditado, que para ficarmos de bem com nossos netos, não precisamos brigar com nossos avós.                   

Rogério Bastos.


            Espero que tenham gostado! O trabalho do Rogério pode ser acompanhado pelo blog Rogério Bastos - Notícias do Tradicionalismo Gaúcho

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